quarta-feira, 27 de junho de 2012

A BAÍA DE BABITONGA




A Baía Babitonga situa-se na foz do Canal do Palmital, junto a duas importantes cidades: Joinville e a ilha de São Francisco do Sul.
A Baía Babitonga já era habitada há mais de três mil anos por caçadores e coletores sambaquianos, os homens do sambaqui. No século XV e XVI se registra a ocupação da baía por grupos tupi-guarani, denominados Carijó, que há algumas centenas de anos antes se sobrepuseram culturalmente àqueles grupamentos sambaquianos ancestrais. Os Carijó por sua vez não resistiram a dominação européia com o início da ocupação portuguesa do litoral sul do Brasil. Sucumbiram pela escravização, guerras, por doenças e mesmo pela acultuação, desaparecendo como cultura autóctone antes do século XVII.
Na margem norte da baía está a localidade de Saí que em 1842 foi palco de uma experiências sociais pioneiras no mundo - o Falanstério do Saí - organizado pelo Dr. Benoît Jules Mure que se baseava nas doutrinas de Charles Fourier e que contava com colonizadores francêses.
 Às margens da baía, principalmente a norte, existem resquícios importantes da Mata Atlântica. A natureza exuberante faz desta região um reduto muito apreciado pelos turistas. Uma balsa faz a ligação da cidade de Joinville com a margem norte. Uma das localidade da margem norte é a Vila da Glória. Existem outras localidades às margens da baía.
Sobre o significado da palavra babitonga, encontramos algumas possibilidades no livro de Carlos da Costa Pereira, História de São Francisco do Sul (Editora da UFSC - 1984): "A denominação carijó da baía era Bepitanga ou outro termo parecido, de que Babitonga é uma corruptela. E sob esse nome - Bepitanga - aparece, pela primeira vez, que saibamos, no mapa do Paraguai feito pelos jesuítas - 1646 - 1949 - oferecido ao R. P. Vicente Carrafa, geral da Companhia de Jesus. Bapitonga, Bepitanga, Babytonga, como antes era grafado por diversos autores, dá margem a várias interpretações - filho de morcego: mbopi-tanga (Saint-Hilaire); cobra coral: mboy-pitang (José Boiteux); lugar contornado pelas águas: babaétoungá, modificado para ibabahétonga, de onde Babetonga, Ibabitonga (Cel. Tenório de Albuquerque, segundo informação prestada ao Dr. A. Taunay), podendo ainda, no parecer desse tupinólogo, significar lugar das pitangueiras. Finalmente Teodoro Sampaio (O Tupi na geografia nacional, 1928) define: "Babitonga, corr. bopitanga, alt. de mbopitanga, que quer dizer - assinala de vermelho, avermelhar. Pode proceder de Mbaé-pitanga, que vale dizer a vermelha. Nome dado a uma das barreiras vermelhas na costa de Santa Catarina"
 A Baía Babitonga apresenta um conjunto de 24 ilhas, abaixo relacionadas:
Ilha Alvarenga
Ilha dos Araújos de Dentro
Ilha dos Araújos de Fora
Ilha dos Araújos do Meio
Ilha do Baiacú
Ilha do Chico Pedro
Ilha das Claras
Ilha do Corisco
Ilha do Ferreira
Ilha das Flores (Santa Catarina)
Ilha Grande (Santa Catarina)
Ilha Guaraqueçaba
Ilha Itaguaçu
Ilha dos Herdeiros
Ilha Mandigituba
Ilha do Maracujá
Ilha do Mel
Ilha da Murta
Ilha dos Negros
Ilha do Pernambuco
Ilha Queimadas
Ilha do Quiriri
Ilha Redonda
Ilha da Rita

2 comentários:

  1. Resumo da ópera....vários tentaram mudar, mas na verdade BABITONGA, ficou mesmo com o primeiro siginificado, que é filho de morcego.....

    ResponderExcluir
  2. E também Morcego de Asa Aberta, segundo um ex-aluno da etnia Tupy-Guarani, para os habitantes das duas "tribos" indígenas que residem em São Francisco do Sul é esse o significado da palavra Babitonga. "Por que?"..."se olhar de cima a baía é o formato de um morcego de asas abertas...".E é mesmo!Sábio aluno!

    ResponderExcluir